segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quanto Mais Idiota Melhor - 1992

Dupla de malucos apresenta seu programa em televisão a cabo, de acesso público. A grande chance aparece quando um executivo os convida para fazer a mesma coisa em rede nacional. Filhote do programa "Saturday Night Life", tem cena hilária com a releitura da música Foxy Lady, de Hendrix, entre outras.

Formato: Rmvb
Direção: Penelope Spheeris
Áudio: Português
Duração: 94 Minutos
Tamanho: 324 Mb

Lemmy fala sobre concessões e mundo da música

Incomoda-lhe o fato de que o Metallica conseguiu fama e fortuna e o Motörhead não?

Lemmy: "É simplesmente uma questão de sorte marcada. Você tem que estar no lugar certo e na hora certa. Chegamos atrasados demais para a primeira invasão britânica e cedo demais para a segunda".

Você se tornou mais popular nos Estados Unidos por ser Lemmy do que pelo Motörhead em si.

Lemmy: "Sou grato pelo que tenho, não reclamo. Acho que me tornei mais popular por não decepcionar as pessoas. A pior coisa é você admirar alguém e essa pessoa lhe desapontar. Você vai conhecer alguém pensando que é uma pessoa excelente e ela se revela como alguém completamente idiota, isso é horrível".

Nem Motörhead nem Lemmy fizeram concessões.

Lemmy: "Concessões são idiotas. A mais divertida foi quando tentaram fazer com que cortássemos o cabelo. Um empresário antigo achava que poderíamos alcançar uma audiência maior se fizéssemos isso. Disse 'então é isso, acho que não vamos alcançar uma audiência maior'".

Você acompanhou o início da Blizzard of Ozz.

Lemmy: "Foi a turnê em que conheci Ozzy. Eles eram uma banda melhor que o Sabbath. Sabia que seria assim, pois nunca gostei do Sabbath. Realmente gostei de Ozzy com a Blizzard of Ozz".

Você viu talento em Randy Rhoads?

Lemmy: "As pessoas se tornam melhores depois de mortas, essa é a verdade. Veja Buddy Holly e Stevie Ray Vaughan, ninguém dava a mínima pra eles quando estavam vivos. Eram apenas caras que tocavam guitarra. De repente eles morrem e tornam-se grandes influências. Isso é uma besteira. Não estou dizendo que Randy não era bom, pois ele era, mas a morte aumenta as coisas. Randy era um cara baixinho, direito e humilde".

Como você pode estar no mundo dos negócios musicais e não se importar com vendas e paradas de sucesso?

Lemmy: "Isso é o que está errado no rock n’ roll, cara. Há muitos músicos que se tornam homens de negócio. Se você é um músico deveria se preocupar em contratar advogados competentes para cuidar da burocracia e cuidar só da música".

Há algum tipo de música que você não suporta?

Lemmy: "Hip-hop. Acho que é a pior música que os negros já fizeram. Entrei nessa vida por causa dos discos feitos por negros. Comecei com o blues, passei para Chuck Berry e depois os discos da Stax Records e da Motown. Hip-hop é uma continuação dessa tradição? Acho que não. Mataria por Little Richard, ele fez o melhor rock de todos os tempos".

Você se deu bem com o sexo oposto. Qual o segredo?

Lemmy: "Não pare de falar, envolva-as e seja cavalheiro. Seja um cara correto, já que as garotas conhecem muitos caras errados. Sempre fui assim, Hendrix também. Ele sempre puxava as cadeiras para as garotas e eu também faço isso. Algumas feministas extremas consideram isso uma padronização, mas eu não vejo as coisas assim. São apenas boas maneiras. As que reclamam são barangas feiosas que não conseguem sequer um encontro".

Você veio da Inglaterra para a América. Isso lhe dá uma visão diferente das coisas. O que você pensa sobre as eleições presidenciais que se aproximam?

Lemmy: "Melhor não dar minha opinião ou serei preso amanhã. Acho o que você acha, o homem é um desastre e não há ninguém para substituí-lo. Não há uma aposta melhor. Acho que os americanos confiam demais. Confiaram que Bush faria um bom trabalho e ele não fez. Muitas pessoas não querem admitir que erraram. A América é controlada por extremos. Ou você é extremamente violento, ou extremamente liberal ou extremamente religioso. Esses diferentes lados nunca se relacionam. A América é muito certa de si, pois todo mundo vem pra cá dos mais variados lugares. É a nação mais poderosa do mundo e apenas um cara controla esse poder. Ir para o Iraque é como ir para o Vietnã. Dois mil garotos não vão mais voltar para casa porque Bush queria petróleo. Agora ele tem e o preço do gás subiu. Tenho certeza que ele está ganhando muita grana com isso. Acho que todos os políticos são uns idiotas. Lembro quando Harold Wilson foi eleito primeiro-ministro na Inglaterra em 1966. Fui vê-lo em uma audiência pública em Manchester e lembro de pensar 'que cara mentiroso!' enquanto ele falava. Notei que não havia em quem votar, apenas votar contra quem você não queria. Quando se tem que escolher o menos pior não é um bom sinal. Você precisa de alguém em quem possa acreditar e que irá justificar essa crença. Kennedy foi o último bom presidente. Olhando para trás, Clinton não era de todo ruim".

Minha grande decepção com Clinton foi que ele poderia ter pego algo melhor que Mônica Lewinsky.

Lemmy: "Exato. Kennedy pegou a Marylin Monroe. Isso diz tudo".


Entrevista: Jeb Wright, da Classic Rock Revisited

segunda-feira, 20 de junho de 2011

TOP 5 - Rock insano e do mal sempre são os melhores

Música pra ancher a cara de uísque pegar uma 'chopper' roubada, brigar, sair com mulheres bêbadas e desvairadas, comprar munições, sacos plásticos, uma pá e viajar sem destino fazendo insanidades!


5º Van Halen - On Fire


4º Thin Lizzy - Cold Sweat


3º Black Sabbath - Paranoid


2º AC/DC - Riff Raff


1º Motörhead - Ace of Spades

Foda-me - 2000

Produção francesa que causou polêmica e foi proibido na própria França, ''Baise Moi'' pode ser traduzido por ''Estupra-me'' (ganhou o título americano ''Rape me'' e também ''Fuck Me''). As atrizes Lancaume e Anderson interpretam as heroínas Nadine e Manu. Para elas, a violência, o humor, o sexo e a música são armas eficazes para fugir daquilo que desprezam: a obediência, a submissão, o tédio e a renúncia a si mesmas. Elas se sentem vivas quando fazem sexo ou quando matam alguém. Nada pode controlá-las. Trata-se de um road-movie cru com uma bela trilha sonora movido a punk e som alternativo francês.




Direção: Virginie Despentes/
Coralie Trinh Thi
Gênero:Drama
Áudio: Françes
Legenda: Português
Tamanho: 237 Mb
Duração: 72 Minutos


Dire Straits, autêntico e inovador

Na Inglaterra em pleno anos 70, mais precisamente em 77, ano do punk rock na música e indo contra o que as gravadoras queriam contratar, eis que surge uma das bandas mais autenticas do rock'n'roll, usando linguagens simples de guitarra e muito marcantes como o caso do seu clássico 'Sultans of Swing', sim é ela mesma, Dire Straits, gíria pra 'dureza financeira' impossível não pensar em Mark Knopfler e uma Fender Stratocaster vermelha tocando mais clássicos como Lady Writer com sua pegada simples assim como o rock'n'roll deve ser, outra coisa bancana é saber que a inovação esteve presente, pois além de criar seu estilo próprio Knopfler foi fiel e inovador ao mesmo tempo, qualidades excepcionais de um guitarrista. Ou quem não gosta da alfinetada clássica de 'Money For Nothing' com a MTV (Olhe só esses otários bobões, é assim que se faz você tocando guitarra na MTV), o mais engraçado é que ela foi o primeiro clipe a ser exibido na MTV européia. Outro clássico é 'Walk of Life', que faz o que é comum em todas as músicas do Dire Straits, uma guitarra de fundo marcando, desta vez lembrando uma pegada rockabilly e um teclado faz a linha chiclete que por sinal é bem legal, o mais legal são citações de músicas clássicas do rock'n'roll da década de 50 como 'I Got Woman' e 'What'd I Say' de Ray Charles e 'Be-Bop-A-Lula' de Gene Vincent.
O Dire é o tipo de banda que vai além dos seus clássicos, é simplesmente rock'n'roll de verdade, com certeza seria aclamada em qualquer festa dos anos 50 tocando 'Twisting by The Pool', usando elementos que são essenciais para uma boa banda de rock.
Durou relativamente pouco tempo a história do Dire Straits, basicamente 17 anos, tendo lançado 6 discos de estúdio e 4 ao vivo, mas o som não se foi, o registro foi feito e o rock'n'roll ficou.


Por Cristiano Del Santos

domingo, 19 de junho de 2011

Nem todo som de guitarra é Rock!


'Que banda de rock você curte? - Los Hermanos!' É comum ouvir isto e é triste, o bom saber que nem toda música com guitarra é rock'n'roll, como diria Lemmy Kilmister "Eu vim do rock'n'roll, este povo mascarado e de moletons vem de circo" se referindo ao Slipknot, que por sinal é uma porcaria, levando em conta que para ser rock'n'roll tem que ter uma ligação direta com os primórdios selvagens da rebeldia dos anos 40 e 50. Um dia desses ouvindo o disco 'Tudo ao mesmo tempo agora' do Titãs pensei, 'putz, era assim que o rock nacional deveria ser, principalmente o Titãs que tinha uma linguagem mais popular', impactante e chocante, qualidades essas do rock'n'roll e qualidade essas que acabaram, hoje a banda tem disco até produzido pelo Rick Bonadio (Sacos Plásticos). Simples assim, a atitude acaba, o rock'n'roll vai embora junto.
Nos anos 60 e posteriormente, bandas como o Rush (O primeiro disco é puro Rock'n'Roll), Pink Floyd, Yes, Genesis e outras bandas foram rotuladas como Rock Progressivo, o que realmente incomoda é o termo ''progressivo'', ao lado do nome ''Rock'', é meio que uma "antítese", acho que o som feito, era além de Rock era uma música inrótulável e de qualidade, que viajava em inúmeros estilos musicais.
Nos palcos de Woodstock, ainda havia rock'n'roll, pena que ele era tocado pra muitos hippies, os detentores do maior paradoxo do rock, o tal "paz e amor", bandas como Ten Years After, Jimmy Hendrix Experience, The Who, Creedence Clearwater Revival, ainda davam o ar ''rocker'' da graça.
Levando em conta, realmente o último suspiro do rock'n'roll veio no fim dos anos 60 e início dos 70, com surgimento de muitas bandas rotuladas de protopunk, o ''heavy metal'' ou heavy rock (''O Sabbath foi uma reação contra aquela merda toda de paz, amor e felicidade''. profetizou Ozzy o fim dos Hippies), hard rock, punk rock, speed metal e muitas até inrotuláveis pra época como é o caso do Motörhead (Tão sujo pra ser Metal, tão pesado pra ser Punk). Os anos 80 ia do céu ao inferno (a ordem não altera os fatores), na segunda parte da década, ia de um verso rocker, tipo ''wild flower, I'm a wolf child, girl, Howlin' for you, Wild flower'' a um verso chato, dígno de João Gilberto, ''é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã''.
O mais triste dos dias de hoje é ver bandas como Restart, Cine, NX Zero, Fresno, A Banda Mais Bonita da Cidade, Pitty, Rosa de Saron e muito esteriótipo a la MTV ser chamada de rock por ter uma guitarrinha distorcida ali no meio. Seguindo essa linha de raciocínio, podemos chamar de rock, maioria das bandas de Axé e "falso forró" do Brasil apenas pelo fato de ser ter uma guitarra distorcida. Além de possivelmente um som de uma guitarra, o rock pra ser rock, tem que ser frenético, impactante, anti-padrão, rebelde e incoformista. Musicalmente, beber das mesmas fontes daquelas bebidas por Chuck Berry, da energina que vinha das tecladas violentas de Jerry Lee, do rebolado da luxúria de Presley, das palhetadas insanas Ike Turner, dos gritos anti-segregadores de Little Richard... Estes sim são sinônimos, pena que eles foram trocados apenas pelo suposto som de uma guitarra distorcida.


Por Cristiano Del Santos

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Capas Clássicas - HQ


Clássico pros leitores do Homem-Aranha, nesta edição (The Amanzing Spider Man #121, junho de 1973) Gwen Stacy, namoradinha de Peter Parker, antes de Mary Jane, é morta pelo Duende Verde, a verdade que o cinema muda apenas pra vender, clássico dos clássicos! Escrita por Gerry Conway, desenhada por Gil Kane, e finalizada por John Romita e Tony Mortellaro.

A cara do Blog - Gibi, Ramones e Motorhead

TOP 5 - Rock do capeta sempre são os melhores- PARTE 2

Como disse no post abaixo...é diabagem demais, então vai a segunda parte.


5º The Cult - Lil' Devil



4º Slayer - Anti Christ



3º Black Sabbath - Devil And Daughter



2º Van Halen - Running With the Devil



1º Iron Maiden - Number of the beast

TOP 5 - Rock do capeta sempre são os melhores

Depois tem a parte 2, eh capetagem demais no rock'n'roll


5º - Grateful Dead - Friend of The Devil




4º - Raul Seixas - Rock do Diabo



3º - Gene Vincent - Racing With the Devil



2º - Rolling Stones - Sympathy for The Devil



1º - AC/DC - Highway to Hell


Por Cristiano Del Santos e Felipe Verlaine

terça-feira, 14 de junho de 2011

Imagem do Dia

Motörhead Girl

TOP 5 - Rock caipira sempre são os melhores

Odeio esse lance de hierarquia artística, mas ae vai um TOP 5, dos rocks rurais que mais tenho ouvido durante um tempão.

5º Marshall Tucker - Take The Highway




4º Allman Brothers Band - Ramblin' Man




3º Sweet Home Alabama - Lynard Skynard




2º Creedence Clearwater Revival - Green River




1º Free Bird - Lynard Skynard




Por Cristiano Del Santos

Rockfilosofia - A fiolosofia muito além da música

Filósofos pelo mundo afora vêm se dedicando a compreender o fenômeno do rock. Na França e nos Estados Unidos, pensadores escrevem filosofias e ontologias do rock. No Brasil, Daniel Lins vem falando do encontro entre Bob Dylan e Gilles Deleuze. Esta que vos escreve trabalha em um diálogo/rock com o músico Thedy Corrêa. Podemos estabelecer diálogos entre bandas e estilos da vasta história do rock e filósofos da tradição. Podemos tentar entender o que há de filosófico nas letras, canções e performances do rock. A questão do rock é cultural e antropológica e, quando a tratamos como questão filosófica, há um mundo de reflexões a serem construídas.

Podemos vê-lo como questão de linguagem baseada em uma ontologia (do modo existência) da obra gravada. Podemos pensar também no que seria a filosofia depois do advento do rock, pois ele foi uma transformação tão radical da cultura quanto foram a psicanálise e o feminismo, a partir dos quais devemos também pensar a filosofia como experiência reflexiva de um tempo.
Podemos falar de rock como um “cogito do tempo”, como o chamou o filósofo francês Jean-Luc Nancy. Podemos também entender em que sentido o rock é ele mesmo uma expressão filosófica, um método como pensamento-ação-expressão e, nesse sentido, como a própria filosofia pode ser ela mesma um tanto “rock”. Ou rockfilosofia, aquela que, contagiada de rock, propõe pensar dançando, provocando, causando efeitos e livrando-nos de todo autoritarismo.

O grito elétrico como prática estética essencial

Foi Jean-Luc Nancy quem percebeu que o problema do rock já estava de certo modo posto na República, de Platão. No livro quarto da utopia platônica, a atenção à música é um problema de educação e de política. A ideia que vinga no texto é a de que é preciso cuidar do que os jovens ouvem, já que “não se podem mudar os modos da música sem abalar as mais importantes leis da cidade”.

Se os modos musicais são sistemas harmônicos que têm correspondência nos afetos é porque eles alteram o modo de ver o mundo. Alteram o sentimento e o comportamento dos jovens. Por exemplo, o modo dórico tem a ver com as virtudes cívicas; o frígio, com as virtudes guerreiras; o lídio, condenado por Platão, com os maus costumes e a embriaguez. A sensação de periculosidade do rock tem sua pré-história.

Nancy vê o rock como algo mais do que musical. Há nele determinado afeto, um pathos. Tal pathos tem a ver com a força de contágio que as culturas – até mesmo Platão – perceberam estar na música. No caso do rock, esse pathos tem a ver com “eletricidade”. Tal é, para o filósofo francês, o signo sensível e simbólico do rock. A guitarra elétrica é o instrumento no qual ela se concentra. Ela é o meio que permite a “comunicação de energia” constitutiva do rock, que mudou nosso modo de escutar, de viver e de pensar.

Proponho que pensemos o rock como uma complexa prática estética que é também política e que, tendo sua própria especificidade ontológica como manifestação de vontade (no sentido da vontade da natureza de que falou Schopenhauer), afeta o sentido do mundo. Quero dizer que o que o rock traz ao mundo é uma autorização contra o autoritarismo. Ele faz isso por meio da prática estética que foi recalcada ao longo da história: o grito.

A questão do grito é antiga. A importante obra sobre a escultura do Laocoonte, escrita por Lessing no século 18, põe uma questão simples: poderíamos chamar de bela a escultura, caso a boca de Laocoonte estivesse escancarada? A representação do grito de dor podia mostrar o feio na arte no lugar do belo. A compreensão da arte naquele tempo como representação da beleza – e o inevitável ocultamento – estaria comprometida.

Assim como a arte contemporânea, o que o rock vem fazer no contexto da cultura é justamente mostrar o que não deveria ser mostrado – o que abala a estrutura da cidade, como na República, de Platão. Seu índice é o grito. Como o Uivo, poema de Allen Ginsberg, poeta que encantava figuras como Bob Dylan. Só que o grito do rock não é apenas o uivo da poesia, não é apenas o grito da voz humana do cantor. Ele é o grito da guitarra elétrica, da máquina, o grito que nenhum humano pode dar desde que o próprio humano emudeceu diante do processo histórico e da tecnologia.

O grito do rock é elétrico, é o elétrico como grito. O grito ou a explosão do que, não devendo ser mostrado, todavia apareceu. Isso que nos encanta enquanto nos ensandece, nos irrita, nos afronta e, ao mesmo tempo, quer salvar alguma coisa em nós.

Salvar o quê? O grito é descarga da dor, a interpelação que obriga o outro a ouvir, mesmo quando o que ele diz é apenas mudez. O rock é o inconsciente musical, assim como a fotografia é o inconsciente ótico, na forma de um sintoma social elevado a fenômeno de massa de uma cultura marcada por uma ferida – um trauma – que não deixa de se abrir. Nesse contexto, que o rock sobreviva entre nós é um sinal de que ainda estamos vivos.

Por

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Demônios - Uma Crônica

Achava que existia um demônio entre eles. Por mais que tentasse se acertar com a moça, sempre acontecia algo para atrapalhar. Em princípio, culpava a Fulana, como é comum em relacionamentos conflituosos. Na dúvida, aponte para o outro. Ao menos era o que dizia a terapeuta que ele decidira dispensar há pouco tempo, por conta de um aperto de cinto sugerido pelos economistas do governo. Depois, timidamente, procurou respostas para os desentendimentos nele próprio, e quase entrou em parafuso. Sem conseguir entender o que acontecia, na maioria das vezes colocava a culpa num demônio que ia e vinha, causando sérios danos numa relação que – quem diria – já durava mais de dez anos.

Ás vezes tinha medo quando o sol se punha. Tinha a impressão de que ele – o tal demônio – agia durante a noite. Não havia um motivo, mesmo porque muitas vezes os desentendimentos de semanas se resolviam em noites de sexo ardente, como naquela. Achava até graça daquilo. Após tanto tempo vivendo juntos, não tinham perdido a química sexual da qual falava a apresentadora do programa de TV matinal que ensinava às donas de casa o preparo de pratos formidáveis. No outro dia, o mundo parecia uma maravilha. Achava que as mulheres se acalmavam com aquilo mais do que os homens, mas não podia negar que ele próprio também se sentia restaurado. Por isso tinha certeza que esse demônio ia e vinha.

Talvez fosse o tal demônio um redentor. Que, embora tumultuasse sua convivência com a amada, tivesse sido enviado para se divertir. Lembrava de personagens demoníacos camaradas dos quadrinhos como o trapalhão Satanésio e o dócil Brasinha ao formular esse pensamento, enquanto olhava com firmeza para a tela do computador do escritório de administração de pessoal em que trabalhava. De longe, todos achavam que estava compenetrado nas imensas planilhas do Excel com milhares de números para serem verificados. Foi quando no discreto fone preso somente a um dos ouvidos, por debaixo dos cabelos meio crescidos, começou a tocar a melodia sinistra, tensa, de uma música do Thin Lizzy, uma das bandas mais representativas do rock pauleira dos anos 70, embora, para as massas, obscura.

Como sabia que o demônio ia e vinha, estava escaldado. Tentava não pensar nisso para curtir um raro momento de estabilidade emocional e ainda prolongá-lo ao máximo. Mas quando tudo era dito e feito, não havia escapatória: o sol se punha. Passou o dia cantarolando aquela música, a ponto de recordar como e onde a ouviu pela primeira vez, com o grau de imprecisão típico dos mais velhos que começam a perder um pouco a memória. Ela fazia parte do play list descolado da rádio rock que fez a cabeça dele na adolescência, embora Thin Lizzy não fosse muito de tocar em rádio. A lembrança, de pé, no 180, a caminho de casa, só valorizava o trabalho daquela FM que, de fato, havia revolucionado o dial brasileiro.

Achava que existia um demônio entre eles. E tinha medo quando o sol se punha. Por isso, aproveitando o horário de verão da Cidade Maravilhosa, chegou mais cedo em casa. Achou o edifício com um aroma carregado, mas não deu importância. Ao entrar em casa, era como se tivesse ficado séculos viajando e achasse a paisagem completamente diferente. Havia algo de estranho no ar que ele não sabia o que era. Foi obter a resposta ao ler um sucinto bilhete, com a duplicata de uma chave na mão, olhando ao mesmo tempo para as portas abertas de um armário vazio. Descobriu que o demônio, que ia e vinha, tinha partido de vez, levando com ele tudo o que tinha. Abriu a janela e viu o sol se pondo.

Fonte: http://www.rockemgeral.com.br/2010/02/24/demonios/

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um belo tema pro dia dos namorados!


Deixe-me pôr meu amor dentro de você, baby
Deixe-me pôr meu amor na linha
Deixe-me pôr meu amor dentro de você, baby
Deixe-me cortar seu bolo com minha faca

Dia dos Namorados com muito amor junkie


Uma das datas comemorativas com maior apelo consumista está chegando, com ela um bando de 'surpresas' já conhecidas: buquês de flores, caixinhas de bombom, cestinhas, ursinhos de pelúcia e toda futilidade com reflexo de 'sentimento trivial'. É ela, o dia dos namorados, mas saiba que essa trivialidade é quebrada com os casais a seguir, ao invés de trocar presentinhos frescos, provavelmente eles trocavam seringas ou 'canudinho' pra cheirar coca. Vamos lá a alguns, dentre os que não se encaixam bem nesta temática temos Johnny Cash e June Carter, na verdade, June Carter ajudou Johnny a se afastar um pouco mais das drogas, mas não fez que ele deixasse seu lado selvagem sulista de lado, perfil este que ele nunca perdeu. Outro casal famoso, mas conturbado em partes, foi o casal Elvis e Priscilla Presley, Elvis mulherengo e viciado em anfetamina. Também entre os rockers dos anos 50 tem o romance bizarro de Jerry Lee Lewis e sua prima de 13 anos Myra Gale, onde casou escondido sem concentimento dos pais da moça, uma polêmica até nos dias de hoje! mas na década de 60 a loucura rolava solta, aí eis que surge a corrimão de nome Nico, que passou pelas mãos do 'heroin boy' Lou Reed (que posteriormente casou com a transexual Rachel), do 'principe dos paraísos artificiais' Jim Morrisson (Que por sua vez namorava com Pamela), Nico também passou pelos braços dos 'drugs boys', Brian Jones, Iggy Pop (que também pegou David Bowie que pegou Mick Jagger) e Alain Delon, ufa! Não dá pra esquecer de John e Yoko, o que muitos não sabem é que John com todo seu 'Imagine all the people' enchia Yoko de porrada! É isso mesmo garotinhos, a mais pura verdade, o mesmo acontecia com o casal Ike e Tina Turner, entre tapas, beijos e 'Nutbush city limits'!
Na década de 70 eis que surge um dos maiores amores da história, Nancy Spungen, uma groupie e Sid Vicious integrante dos Sex Pistols, esta é a maior prova que o amor em excesso mata, entre muitas drogas, heroína e noites de badernas, Nancy aparece morta, esfaqueada em um pulgueiro de Nova Iorque, Sid foi acusado e preso, posteriormente encontrado morto, vítima de uma overdose, este romance rendeu um filme de nome 'Sid e Nancy lançado em 1986 (Veja aqui o trailer http://www.youtube.com/watch?v=w3C-FexDcm0). Nesta época não tem como não citar o amor entre Dee Dee Ramone e sua namorada, onde suas carícias eram de facadas a socos com moeda entre os dedos. Entre outros namoros famosos temos o de Joey Ramone com Linda, sua musa inspiradora de temas como 'She's the One', pena que Linda o trocou por Johnny Ramone, seu amigo de palco a quem Joey dedicou a música 'The KKK took my baby away' (A Ku Klux Klan levou meu neném embora), uma alusão a personalidade 'direitista' de Johnny.
Muito amor Junkie nos anos 90 entre Kurt Cobain e Countney Love, uma das misturas mais explosivas em meio as drogas, dois viciados em heroína, um ajudava o outro em suas crises e overdoses, como o amor é lindo (*_*), este tipo de romance, não que seja politicamente correto, reflete muito a energia e o eterno hino 'sexo, drogas e rock'n'roll, o que ao passar dos anos foi sendo esquecido. Mas para você que é descolado, moderninho prefere romance ''indie'', tem o Marcelo Camelo e a Mallu Magalhães.

Por Cristiano Del Santos

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Rock'n'Roll em quadrinhos

Os quadrinhos por muitas vezes já abordaram o tema rock-n’-roll em suas páginas.
A editora gringa Bluewater aposta mais uma vez neste genero, lançando nos States a revista Rock & Roll Comics Hard Rock Heroes, reunindo pesos pesados do rock. As suas 240 páginas trazem histórias de bastidores, segredos e a vida real de grandes astros como Metallica, AC/DC, Ozzy Osbourne, Guns N´Roses, Van Halen, entre outros.
A editora também já lançou diversos títulos curiosos sobre a vida dos Beatles, o presidente barack Obama, sua mulher e seu cachorro. Só resta saber se a revista, que chega às lojas americanas em fevereiro do ano que vem, vai acabar vindo parar aqui no Brasil.
Para os fãs de quadrinhos alternativos, a Panini lança um presentaço neste mês: a volta do selo Vertigo, muito conhecido por se diferenciar na publicação de quadrinhos.
Neste primeiro número nos deparamos com cinco ótimas histórias. A primeira trata da adaptação do livro de Niel Gaiman, Lugar Nenhum, onde apresenta uma garota envolvida em um mundo mágico e bizarro localizado nos subterrâneos de Londres.
A revista também marca a volta de Hellblazer, um dos principais personagens já conhecidos pelos leitores brasileiros. Além disso, podemos conferir as histórias de Escalpo, um índio renegado, Vikings, onde o jovem Sven reclama a herança de seu falecido pai e A Tessalíada, a última das bruxas da Tessália. Vale a pena conferir.
O morcegão tá com a corda toda este mês. Começa em novembro, na revista do herói , a série Batman – Descanse em Paz, onde Bruce Wayne precisa mergulhar em sua própria mente atormentada para conseguir se salvar e deter os planos do Luva Negra e sua organização diabólica.
Mas o resultado pode ter desfechos sombrios para o Cruzado de Gotham. Já no especial Batman 70 Anos Vol. 3: No Túnel do Tempo, nos deparamos com a reunião de três das melhores Bat-histórias em universo alternativos, por Mike Mignola, Howard Chaykin e Dan Brereton.


fonte:www.jornalnh.com.br/blogs/arte-sequencial/229180/perfil/quadrinhos-rock-n-roll.html

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Último deus do Rock'n'Roll


O que dizer de um cara que viu nascer os Beatles antes mesmo que eles se vendessem, e também viu toda a cena rocker dos anos 60 do Reino Unido, anos depois excussionou como roadie de Jimmy Hendrix, foi amigo de caras como Sid Vicious, Mick Jones e de bandas como os Ramones em pleno nascimento do punk rock, desde a década de 70 toca em uma das bandas mais influentes do mundo, que sem ela não nasceriam bandas como o Metallica, Overkill, Megadeth e um punhado de bandas de Heavy Metal e Punk Rock, entre outros estilos, sendo uma figura influente, sendo respeitada de integrantes de metal pesado como o Slayer até de New Wave como o New Order.
Bem este deus do Rock'n'Roll tem nome, Lemmy Ian Kilmister, o líder 'maximus' do Motörhead, a banda que posso dizer que ao lado de bandas como o AC/DC e o KISS são as maiores bandas de rock'n'roll ainda existentes, porém Lemmy Kilmister não está andando por aí de limousines, nem rodeado de seguranças, nem muito menos pagando de Axl Rose, Lemmy Kilmister está fazendo o que ele sabe fazer de melhor, está fazendo Rock'n'Roll, acompanhado de sua garrafa de Jack Daniel's, seus cigarros Hollywood e alguma mulher de seios fartos.
Quem já foi a um show do Motörhead sabe o nível da energia que Lemmy no auge dos seus 65 anos exprime, sem precisar fazer moshes, nem chifrinhos com a mão, ele é simplesmente a personificação do Rock'n'Roll sendo uma das maiores referências nos dias de hoje quando este é o assunto.
Isto acaba sendo indiscutível se você apenas comparar com um punhado de bandas que surge todos os anos, com bem mais frequência nos anos 2000, alguns exemplos são porcarias como Artic Monkeys, The Strokes, Los Hermanos, hypes, indie bands, coloridos, bandas hippies de universidade e toda porcaria pseudo intelectual que nada tem haver com o assunto, não dá, não dá nem para dizer que é Rock'n'Roll se comparado, simples de entender se você ao menos souber o significado do termo, se não souber... Lemmy Kilmister, esta é a resposta.


Por Cristiano Del Santos

Clipe de Rock out, música do penultimo disco do Motörhead, Motorizer

Links externos interessantes: http://colunistas.yahoo.net/posts/10280.html